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sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Hospital de Santa Maria - Farmácia trocou medicamento

Cegos: Administração do hospital nega falhas nos procedimentos
Farmácia trocou medicamento


Dois profissionais da farmácia do Hospital de Santa Maria– um responsável de turno e a manipuladora dos medicamentos – já foram constituídos arguidos pela Secção de Homicídios da Polícia Judiciária de Lisboa pelo crime de ofensas à integridade física por negligência no caso dos doentes que cegaram após intervenção cirúrgica. Os funcionários poderão incorrer numa pena de prisão até um ano ou na pena de multa até 120 dias.

Segundo apurou o CM, a tese de negligência estará fundamentada na troca de produtos – citotóxicos, que servem para tratar o cancro – administrados aos doentes, conclui o relatório da PJ que ontem foi entregue ao Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa.

A PJ detectou erros no manuseamento dos produtos farmacológicos, os mesmos que já tinham sido identificados pela própria Inspecção-Geral das Actividades em Saúde, entre 22 a 31 de Julho.

A Autoridade Nacional do medicamento (Infarmed), recorde-se, também detectou “não-conformidades” nos procedimentos hospitalares. Porém, os mesmos erros não foram detectados pela vistoria da Ordem dos Farmacêuticos. Os peritos concluíram, a 6 de Agosto, “não se ter verificado qualquer incorrecção por parte dos farmacêuticos, nem qualquer alteração aos procedimentos estabelecidos”. O CM tentou um esclarecimento da bastonária, mas tal não foi possível.

A substância que foi injectada a 17 de Julho nos olhos dos seis pacientes, causando-lhes cegueira, permanece desconhecida. A análise feita pelo Instituto de Medicina Legal terá sido inconclusiva. Outra amostra do produto foi enviada para um laboratório no estrangeiro.

A administração do hospital alega haver segurança nos procedimentos e diz que “as circunstâncias que levaram a este grave incidente não decorreram das fragilidades dos procedimentos em vigor”.

APONTAMENTOS

AVASTIN PARA CANCRO

Era suposto ter sido administrado o Avastin (bevacizumab), medicamento de uso exclusivo hospitalar para o tratamento de doentes com cancro metastizado do cólon ou do recto.

REMÉDIO SUSPENSO

O hospital suspendeu os tratamentos com Avastin até à conclusão dos inquéritos.

DOENTES SEM SURPRESA

Os doentes receberam sem surpresa as conclusões da PJ. "Já tínhamos chegado a essa conclusão", disse Walter Bom.

Fonte : CM

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