Ílhavo - Esposa julgada por mandar matar o marido

Ílhavo: Esposa julgada por mandar matar o marido
Avisou amigo que o queriam matar
Acusados de executarem o plano de Rosa, os arguidos têm-se recusado a falar -->

O convite para lanchar no primeiro dia de 2009 tinha um só objectivo: encomendar a morte de António Mota. O torneiro mecânico, de 43 anos, foi assassinado no dia a seguir, em Ílhavo, por ordem da mulher Rosa. "Ela disse que dava três mil euros a cada um para matar o homem à paulada e sufocá-lo com uma almofada em casa", disse ontem ao tribunal Ricardo Silva, um dos quatro rapazes contactados por Rosa para executar o plano.

O jovem, irmão dos arguidos Rui e Bruno, foi a casa da vítima horas antes do homicídio para "buscar roupa" e revelou-lhe o esquema que a mulher, juntamente com o sobrinho Nuno, montara. "O António disse para me afastar deles, que não eram boa gente", contou.

A preparação do homicídio foi feita em horas. Ricardo e o vizinho Daniel negaram participar no plano. "Nós já tínhamos ficado calados no café. Quando o Nuno liga e diz que só pode ir um, porque não havia carro, vimos que não estava a gozar e recusámos", contou.

António Mota acabou por ser morto em casa e o cadáver foi abandonado num casebre. Segundo a acusação do Ministério Público, Rosa queria o seguro de vida do marido (que recuperou de um cancro no pâncreas). A Nuno, Rui e Bruno coube a execução do plano, estando os dois primeiros em prisão preventiva.

Ontem, foi ainda ouvido José Pereira, um cliente pelo qual Rosa se apaixonou quando andava na prostituição, em 2006. "Contou--me que o filho tinha problemas no rim e pedia-me dinheiro", afirmou. A mentira durou dois anos e resultou em empréstimos no valor de 74 mil euros. "Espero recuperá-lo", assumiu José.

Fonte : CM