
Opositor preso, torturado e morto
As autoridades do Irão usam a tortura, assassinatos e violações para intimidar a oposição e pôr fim à contestação do regime do presidente Mahmoud Ahmadinejad. Um estudante de 24 anos tornou-se após a morte um testemunho pungente da brutalidade do regime, afirma o ‘The Times’.
Amir Javandifar, de 24 anos, participou a 8 de Julho numa manifestação em Teerão contra a polémica reeleição de Ahmadinejad. A polícia de choque reprimiu a marcha e prendeu dezenas de pessoas. Uma delas foi Javadifar.
Espancado no local, foi hospitalizado antes de ser transferido para a tristemente célebre prisão de Evin. Dias depois a família foi chamada para buscar o cadáver. A polícia ordenou aos pais para dizerem que a morte fora causada por uma doença crónica. Mas o cadáver revelava marcas de violência: ossos quebrados, contusões e, nos pés, as unhas arrancadas.
"O meu filho não se metia em política", assegurou o pai de Javadifar, que recentemente enviuvou. "Amava o seu país, é tudo."
Para Mehdi Karoubi, candidato derrotado nas presidenciais de 12 de Junho, "estes crimes envergonham a República Islâmica".
A ONU denuncia o aumento da repressão e um investigador acusa o líder máximo, Ayatollah Ali Khamenei, de ordenar "violações e torturas em todo o país". As prisões improvisadas abundam, refere o ‘Times’, e aí estes crimes são perpetrados impunemente.
PORMENORES
RÚSSIA ATACA IRÃO
O governo russo criticou ontem o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que na sexta-feira voltou a negar o Holocausto. "Declarações destas contradizem a verdade e são uma ofensa à memória das vítimas", frisou a Rússia.
CERCO NÃO ABRANDA
Os gabinetes de Mehdi Karoubi e Mir Hossein Mousavi, candidatos derrotados nas presidenciais de Junho, foram invadidos e revistados na semana passada, em mais uma acção de intimidação aos líderes da oposição a Ahmadinejad.
Fonte : CM
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