Estatísticas: Taxa de Poupança subiu para 8,6 por cento
Famílias estão a amealhar mais
Perante a crise económica, as famílias portuguesas estão cada vez mais empenhadas em amealhar. Os portugueses voltaram a aumentar os níveis de poupança no segundo trimestre do ano, aproveitando um aumento no rendimento disponível e optando por uma redução no consumo.
A taxa de poupança das famílias no ano terminado em Junho subiu 1,6 pontos percentuais, para 8,6 por cento, face ao valor observado no ano acabado em Março, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística.
O INE destaca que este valor, os 8,6 por cento, é a taxa de poupança mais elevada desde 2006, ano em que o indicador esteve próximo dos dez por cento.
"A evolução da poupança, aliada à redução do investimento, contribuiu para um aumento da capacidade de financiamento das famílias, que atingiu os 3,3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB)", segundo se lê nas Contas Nacionais Trimestrais publicadas ontem.
Os principais contributos para a recuperação do rendimento disponível das famílias foram, por um lado, a acentuada redução nos impostos sobre o rendimento (de 12,5 por cento) e, por outro, o aumento substancial do saldo entre as prestações sociais recebidas e contribuições sociais pagas (12,7 por cento).
Já o Estado não conseguiu seguir o exemplo das muitas famílias portuguesas, uma vez que as necessidades de financiamento das administrações públicas subiram para os 6,9 por cento no segundo trimestre.
PRESTAÇÃO DA CASA EM QUEDA
O Instituto Nacional de Estatística (INE) fez as contas aos empréstimos à habitação em Portugal e conclui u que o valor médio da prestação vencida em Agosto se fixou nos 268 euros, menos seis euros do que no mês anterior.
De acordo com as contas anteriormente divulgadas pelo Correio da Manhã, os constantes recuos nas taxas Euribor, nomeadamente no prazo a seis meses, o indexante mais usado no crédito à habitação em Portugal, está abaixo dos 1,02 por cento. Isto significa uma poupança de 242 euros num empréstimo de cem mil euros, face à prestação de há um ano.
Segundo as contas do INE, a taxa de juro implícita no conjunto de contratos de crédito à habitação situou-se em Agosto nos 2,547 por cento, contra os 3,430 por cento registados em Janeiro.
SAIBA MAIS
BANCOS
As taxas Euribor são estabelecidas diariamente pela Federação Europeia de Bancos pela média das taxas às quais um conjunto de bancos está disposto a emprestar dinheiro no mercado interbancário.
1,01%
é o valor da taxa Euribor a seis meses registado ontem, o mais baixo de sempre.
5,17
foi o valor mais elevado de sempre registado pelo Euribor, em Outubro de 2008.
ARRENDAMENTO
Desde o início do ano, a procura de casas para arrendar aumentou mais de 50 por cento, enquanto a oferta está a crescer a um ritmo de três por cento, segundo a APEMIP. O aumento dos spreads justifica este aumento.
Fonte : CM
